Um advogado de imigração do Bronx e seu filho são acusados de enganar centenas de clientes, prometendo-lhes green cards e, ao mesmo tempo, representando-os fraudulentamente como vítimas de violência doméstica, de acordo com uma ação criminal movida na segunda-feira (22) pelo gabinete do procurador-geral de Nova York.
O advogado, Kofi Amankwaa, 69 anos, “supostamente explorou a Lei da Violência Contra a Mulher – uma lei que permite que vítimas não cidadãs de violência doméstica tenham acesso ao status de residente permanente – para seu próprio ganho financeiro, alegando falsamente que seus clientes foram vítimas de violência doméstica”, disse o procurador dos Damian Williams em um comunicado.
O alegado crime, segundo procuradores federais, durou de 2016 a 2023, e resultou no pagamento de milhares de dólares em honorários advocatícios por famílias imigrantes e, em vários casos, terminou em deportações de imigrantes desavisados.
O advogado apresentava formulários alegando que os pais estavam sendo abusados por seus filhos e por isso eram elegíveis para vistos U, destinados a vítimas de crime.
Amankwaa e seu filho, Kofi Amankwaa Jr., foram acusados cada um de conspiração para fraudar os EUA e cometer fraude de imigração, e podem pegar 10 anos de prisão.
De acordo com a queixa criminal, Amankwaa e os seus cúmplices, alguns dos quais se apresentavam falsamente como advogados, cobravam normalmente US$ 6 mil pelos seus serviços.
“Os arguidos executaram este esquema ilegal sabendo que os seus clientes não tinham, de fato, sido abusados pelos seus filhos ou sem nunca perguntarem se tal abuso ocorreu. Além disso, os réus muitas vezes não conseguiram obter o estatuto de residente permanente legal porque os seus casos foram negados com base em fraude, entre outras razões.”
De acordo com um relatório de 2019 do Escritório de Contabilidade Geral dos EUA, o número de petições de imigração VAWA (U-visas) apresentadas cresceu 70% em cinco anos, enquanto o número de petições com potencial de serem fraudulentas aumentou 305%.
Fonte: Gothamist