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A icônica calça jeans índigo que ajuda a definir a imagem jovial dos Estados Unidos – derivada de referências culturais como o traje rebelde do astro de cinema James Dean ou as capas de álbuns do músico de rock Bruce Springsteen – está sendo fabricada novamente nos EUA.

Trabalhadores americanos usavam calça jeans índigo já em 1873, quando Levi Strauss, lojista de São Francisco, e Jacob Davis, alfaiate de Reno, Nevada, costuravam calças com denim e unidas por fortes rebites de cobre a fim de serem usadas para trabalhar. Essas calças – inicialmente usadas como macacões a fim de resistir à sujeira das minas – se tornaram populares no século 20 entre adolescentes, estrelas de Hollywood e, ao final das contas, até presidentes.

A paixão mundial pela moda transformou a calça jeans índigo em um mercado global de US$ 65 bilhões, com 3 bilhões de pares vendidos em todo o mundo em 2022, de acordo com o site de dados empresariais Statista.

Mas, no início dos anos 2000, fábricas americanas que produziam milhões de pares de jeans índigo estavam fechando por não conseguirem competir com os baixos custos de mão de obra no exterior.

Uma nova geração de pioneiros está levando a produção de volta aos EUA. Em 2012, Pete Roberts fundou a empresa de vestuário Origin, em Farmington, Maine, acreditando que jeans índigo americanos poderiam ser produzidos no local de forma lucrativa. “Precisamos ser capazes de fabricar coisas nos Estados Unidos hoje”, diz Roberts.

A Origin é uma das duas dúzias de empresas que produzem jeans índigo nos Estados Unidos e está entre as que competem com as importadas em termos de preço. A empresa recuperou teares antigos, modernizou fábricas e capacitou trabalhadores americanos em um ofício quase esquecido. “Estávamos prestes a perder todo o conhecimento”, diz Roberts.

A empresa se expandiu e hoje está com 400 funcionários e vende 150 mil pares de jeans índigo on-line a cada ano.

Os Estados Unidos (com uma população de 330 milhões) oferecem a fabricantes de vestuário acesso a um forte mercado consumidor e recursos naturais abundantes.

Comunidades também ganham, pois fabricantes de jeans índigo criam empregos e devolvem a receita tributária visando financiar escolas, polícia e bombeiros, afirma BJ Nickol, diretor de marketing da All-American Clothing Company, fundada por seu pai, Lawson Nickol, em 2002. Com sede em Arcanum, Ohio, a All-American fabrica jeans em instalações em Illinois, Califórnia, Texas e Kentucky.

Rob McMillan, da Dearborn Denim, à esquerda, e Pete Roberts, da Origin, à direita, fazem parte de um renascimento da produção de jeans nos EUA (©Dearborn Denim, © Origin).

O secretário de Estado, Marco Rubio, afirma: “‘Made in America’ (Fabricado nos EUA, em tradução livre) não é apenas um slogan – é uma prioridade econômica e de segurança nacional.”

A Dearborn Denim, empresa de Chicago fundada em 2016, comprova seu ponto de vista.

Como possuía uma fábrica de roupas, passou a fabricar máscaras para hospitais durante a pandemia da Covid-19 (…) e ajudou a proteger inúmeros profissionais de saúde americanos. Agora, seu foco está novamente na fabricação de jeans, que são vendidos a um preço inicial de US$ 59, igualando o preço médio de produtos importados.

Rob McMillan, fundador da Dearborn Denim, afirma que para manter os preços baixos, a empresa oferece capacitação cruzada a funcionários e depende o máximo possível de cadeias de suprimentos locais. Isso reduz os custos de transporte e as emissões de caminhões – além de apoiar empregos locais. Quando a empresa adquire alguns materiais de outros lugares (por exemplo, jeans da Carolina do Sul ou do México), ela contrata verificadores independentes com o objetivo de garantir a qualidade e condições de trabalho justas.

Alguns outros produtores nacionais de jeans índigo também estabelecem conexões internacionais. A Todd Shelton, de Nova Jersey, cria jeans de alta qualidade com jeans japonês e italiano. E a Round House Jeans, a mais antiga fabricante nacional de jeans índigo dos EUA, inaugurada em Shawnee, Oklahoma, em 1903, exporta as populares calças para a Ásia, a Austrália e a Europa. Juntamente com empresas como a Round House, esses novos fabricantes de jeans estão ajudando a restabelecer uma indústria americana robusta que pode impulsionar economias locais. Estamos “fabricando em Chicago. Estamos pagando salários justos, [oferecendo] boas condições de trabalho e criando empregos no mercado interno”, disse McMillan à Fox Business Network, um canal de notícias financeiras.

Fonte: ShareAmerica

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