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Com o turismo dizimado pela Covid-19, o paradisíaco arquipélago do Havaí enfrenta um verdadeiro pesadelo e a taxa de desemprego cresceu a uma velocidade nunca vista por ali. No entanto, muita gente está enfrentando essa crise com criatividade e con-seguindo dar a volta por cima. Entre elas duas brasileiras que mudaram para ilha de Oahu há alguns anos atrás, elas se reinventaram e se adaptaram ao novo normal, investiram nas redes sociais e estão conseguindo manter seus negócios.

Yoga no parque e online

A professora de yoga paulista, Alessandra Lopes, se mudou para o Havaí em 2009 com seu marido e sua filha de dois anos na época. Ela junto da sua amiga japonesa, Tomoko, são professoras do grupo de yoga no parque, chamado 2F Beach Park Yoga.

Alessandra começou a trabalhar com Yoga em 2015, num programa de yoga para crianças numa escola em Honolulu, onde sua filha estudava. “Em uma das escolas que ensinei, a coordenadora me perguntou se eu poderia fazer uma classe para os professores e empregados da escola.

Foi a partir daí que senti a necessidade de ter uma classe aberta que qualquer pessoa pudesse participar, sem ter que fazer parte de um estúdio ou uma determinada escola ou empresa”, conta. Normalmente seu público é formado por locais misturados com turistas do Japão, Canadá, Europa, EUA e brasileiros locais. Com a pandemia todos os turistas sumiram e o parque em que ela dá aula fechou duas vezes.

“Logo no início da pandemia, em março, eu estava dando aulas no parque e guardas do parque interromperam minha aula dizendo que o Prefeito de Oahu havia emitido uma ordem que a partir daquele dia, todos os parques estavam fechados até segunda ordem. Naquele momento estavam avisando a todos para saírem antes da polícia chegar. Foi muito triste termos que sair na metade da aula, principalmente sem saber o que iria acontecer depois ou quando poderíamos voltar a nossa vida normal.”

No primeiro lockdown Alessandra ficou dois meses e meio sem dar aulas e no segundo lockdown foram mais 45 dias parados durante o mês de agosto. E mesmo quando ela podia dar aulas, seus alunos estavam com medo e somente algumas pessoas locais estavam praticando.

Todas as escolas que ela ensinava fecharam e ela teve que parar os cursos para as crianças na metade do semestre. “Comecei a dar aulas online para as crianças, mas a dinâmica das classes ficou completamente diferente.”

Uma das soluções que ela usou para seguir adiante foi se reinventar e começar a usar plataformas online para divulgar e ensinar Yoga. “Nunca fui uma pessoa tecnológica ou que gostava de usar a mídia social de uma maneira frequente, mas tive que aprender que a tecnologia é minha amiga e me ajuda a conectar com as pessoas para poder dividir todos os conhecimentos de Yoga e poder difundir o espírito de Aloha com o máximo de alunos e pessoas possíveis.”

Acabou que a internet foi sua grande aliada, e ela não só manteve suas aulas de yoga no parque como ainda criou novos projetos, como seu novo curso de Yoga no Facebook “Yoga for Better Sleep” , onde o cliente pode assinar com o seu email e recebe grátis uma prática de Yoga Nidra – Yoga para dormir melhor. Ela também criou seu canal no Youtube, Alessandra Yoga Hawaii, com meditações e ainda investiu mais no seu instagram @alessandra_Yogahawaii_ e no Instagram do yoga no parque @2fbeachparkyoga.

Ela lembra que na vida tudo muda, nada continua igual e é preciso viver um dia de cada vez mantendo sempre a fé, a positividade e a esperança de que hoje pode ser um bom dia. “Já passei situações muito difíceis em 20 anos de América, mas em qualquer lugar que esteja sempre haverão algumas dificuldades, nada é perfeito. O que faz a diferença é persistir nos seus sonhos se adaptando a realidade.”

VIVIANE FAVER
Jornalista
vfaver@gmail.com

VIVIANE FAVER

By VIVIANE FAVER

Jornalista radicada em NYC. Estagiou e trabalhou no Jornal do Commercio por 10 anos na editoria de economia. Mudou-se para NY em 2014, onde começou a colaborar para o jornal The Brasilians, o Extra, O Dia, CNN Style (Londres), New York Beacon, entre outros. Também trabalha com documentários, o mais recente foi o 'Queen of Lapa', que ganhou o prêmio no festival LGBT, NewFest, em NYC, em 2019.

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