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Nada chama mais a atenção em praias ou em montes de lixo, aterros sanitários e pilhas de lixo flutuante nos oceanos do que dejetos plásticos. A conhecida garrafa de refrigerante, água ou suco certamente vai durar centenas de anos mais do que a pessoa que consumiu seu conteúdo, a não ser que seja reciclada.

Duas das empresas mais conhecidas dos Estados Unidos, a Coca-Cola e a Procter & Gamble (P&G), estão reciclando de formas ambiciosas e às vezes inovadoras.

A Coca-Cola, a maior empresa de bebidas não alcoólicas (1,9 bilhão de bebidas servidas diariamente em mais de 200 países) adotou a meta de reciclar uma lata ou garrafa para cada uma vendida até 2030. Atualmente, 60% são recicladas.

“Garrafas e latas não deveriam prejudicar nosso planeta, e um mundo sem resíduos sólidos é possível”, afirmou James Quincey, presidente e CEO da Coca-Cola, no lançamento da iniciativa “Mundo Sem Resíduos” recentemente.

Inevitavelmente, algumas latas e garrafas da Coca-Cola ainda acabam indo para o lixo, mas Ben Jordan, principal diretor de política ambiental

da filial da empresa em Atlanta, afirma que sua meta é reciclar o equivalente a toda sua produção. “Não nos importamos com a origem da garrafa”, disse Jordan. A empresa trabalha com engarrafadores e outros prestadores de serviço para fazer a coleta e a reciclagem.

Os resíduos plásticos que acabam chegando às praias são normalmente tão contaminados que nem podem integrar a leva regular de itens adequados para reciclagem. Porém, em 2017, a P&G produziu uma edição limitada de 170 mil recipientes de xampu Head & Shoulders que continham em sua composição 25% de plástico encontrado em praias que voluntários e ONGs retiraram do litoral da França. Posteriormente, a empresa vendeu 50 mil unidades na Alemanha e pretende usar os resíduos plásticos encontrados nas praias para outras marcas e mercados.

A P&G fez parceria nessas campanhas de reciclagem de dejetos de plástico encontrados em praias com a TerraCycle, empresa sediada em Trenton, Nova Jersey, que trabalha com muitas outras que visam encontrar maneiras de reciclar objetos que normalmente iriam parar na lixeira. Embora a meta número 1 das empresas seja lucrar, “elas preferem fazê-lo de maneira sustentável”, afirma Tom Szaky, CEO e fundador da TerraCycle.

A P&G decidiu enfrentar a praga do plástico das praias em resposta a um relatório do Fórum Econômico Mundial da Fundação Ellen MacArthur e da McKinsey & Company, que advertiram que os detritos plásticos podem superar em quantidade todos os peixes dos oceanos até 2050.

Kash Rangan, professor da Faculdade de Administração de Harvard e cofundador da Iniciativa Empresarial Social, diz que as multinacionais “lideram os encargos ambientais. Isso se tornou uma necessidade comercial”, não apenas uma maneira de incentivar ações beneficentes ou melhorar sua reputação. Se uma empresa inflige danos ambientais, os peritos de vigilância divulgarão o que constataram “e a marca terá problemas”.

O Departamento de Estado dos EUA concede o Prêmio de Excelência Corporativa às empresas dos EUA que exemplificam os melhores valores éticos nas operações no exterior. As vencedoras de 2016, Bureo and Interface Inc., foram homenageadas por reduzir o lixo oceânico, reciclando redes de pesca do Chile e das Filipinas para fabricar skates e placas de carpete.

Fonte: share.america.gov

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