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Rubem Alves é um dos escritores mais amados e amplamente lidos do Brasil. Seus ensaios, histórias e livros infantis alcançam um equilíbrio entre a ciência, teologia, simplicidade e calor humano.

Um texto dele pode invocar uma passagem de Eclesiastes, uma memória de infância, uma teoria da psicanálise, e algo sobre uma árvore, com um verso de Vinicius de Moraes.

Seus tópicos abordam sexo, morte, jardinagem, política, Deus, deuses, violinos, velhice, juventude, estupidez, arte, pipocas, tocadores de discos, ipês, e Nietzsche também, com uma grandiosidade e com um estilo de narrativa recheada de variedades além do alcance de qualquer outro escritor.

Como muitos no Brasil, Rubem Alves é um segredo “quase” completo para o resto do mundo, pois seus mais de 40 livros foram traduzidos para várias línguas, mas poucos foram divulgados na Europa e América do Norte, apesar de já terem ouvido seu nome.

Uma iniciativa tenta mudar isso, pois a editora do estado americano de Connecticut, “New London Librarium” lançou As Melhores Crônicas de Rubem Alves.

Sua imaginação choca a mente do leitor. Suas perspectivas inesperadas e metáforas fazem a mente girar. Quando ele escreve sobre pipoca, ele não está escrevendo sobre pipoca. Ele está escrevendo sobre a essência da existência humana. Quando ele compara o tênis ao matkot (um jogo não competitivo de raquetes de praia), ele está realmente escrevendo sobre uma das falhas fundamentais da humanidade: a necessidade de derrotar contra a vontade de cooperar.

Alves nasceu na pequena cidade de Boa Esperança, em Minas Gerais. Destinado a um mundo mais amplo, ele conquistou o Ph.D. em teologia no Seminário Teológico de Princeton em Nova Jersey. Ele também se formou como psicanalista e lecionou na Universidade Estadual de Campinas, em São Paulo. Escreveu extensivamente sobre educação e religião. Ele foi ainda um dos primeiros pensadores sobre a Teologia da Libertação, o que o colocou na mira do governo militar brasileiro nos anos 60 e 70.

A New London Librarium, está expandindo rapidamente uma série de livros sobre cultura, história, literatura e assuntos brasileiros. A série inclui traduções de Machado de Assis e do jornalista literário João do Rio.

Glenn Alan Cheney, tradutor dos livros de Rubem Alves, também contribuiu com livros sobre o Quilombo dos Palmares, a Estrada Real, Freira no Mato Grosso, e Assuntos na Amazônia. Vários dos livros são bilíngües, com português e inglês em páginas viradas.

Alves morreu em 2014. Sua filha, Raquel Alves, agora diretora do Instituto Rubem Alves, escreveu o prefácio às melhores crônicas. Ela escreveu:

“Rubem Alves tinha uma visão espantosa da vida: seus mistérios e belezas, que apareciam dia após dia, dos magníficos pores-do-sol aos minuciosos detalhes desenhados nas asas das borboletas, não passavam despercebidos diante de seus olhos. O mundo era uma fonte de mistérios que, se vistos com sensibilidade, despertam em nós o prazer da vida”.

E ela deveria saber. Ele a criou, e ela diz que com seu nascimento, ele teve uma nova perspectiva sobre a vida. E naquele mesmo momento, ela também.

Baseado no texto do site: www.brazzil.com

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