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Hoje em dia, nos Estados Unidos, é quase impossível evitar uma Dollar Store

Estima-se que 249 milhões de americanos vivam agora num raio de oito quilômetros de uma delas, o que as torna quase tão comuns como as franquias do McDonald’s. Cerca de 35 mil lojas pertencem à Dollar General e à Dollar Tree, os dois maiores competidores do setor.

As Dollar Stores são os varejistas de alimentos que mais crescem nos EUA, tanto em número quanto em gastos com alimentos.

Em 2022, a Dollar General arrecadou US$ 37,8 bilhões em receitas, seguida de perto pela Dollar Tree com US$ 28,3 bilhões. As lojas são conhecidas por atender comunidades de baixa renda. Mas uma pesquisa da Morning Consult descobriu no ano passado que 45% das famílias que ganham mais de US$ 100 mil no ano estavam dispostos a fazer compras em lojas de desconto, uma taxa 39% maior do que no ano anterior.

Em resumo, as pessoas precisam delas, mas isso não as impede de odiá-las também.

As lojas oferecem preços mais baixos, mas ao mesmo tempo oferecem quantidades menores, tornando seus produtos mais acessíveis, mas apenas no curto prazo.

E esses produtos não são nada saudáveis. As Dollar Stores vendem apenas os alimentos lucrativos, ou seja, aqueles que são estáveis ​​na prateleira, geralmente com mais calorias e menos nutrientes.

A Dollar General está planejando mudar isso – a empresa vende frutas e vegetais em aproximadamente 3,9 mil lojas e planeja aumentar esse número para aproximadamente 10 mil nos próximos anos.

Outra constante reclamação do consumidor é a falta de cuidados sanitários.

Há dois anos, um problema não controlado de ratos num armazém da Dollar Tree no Arkansas levou a uma infestação em lojas em seis estados. A FDA emitiu recalls de produtos que levaram 404 lojas a retirar a maior parte dos seus alimentos das prateleiras.

Os furtos e falta de segurança também tem desagradado os consumidores. O modelo de negócios das redes depende de poucos funcionários, o que torna os locais focos de saques, roubos e outros crimes. No ano passado, numa loja de Ohio, um ‘cliente’ matou um funcionário com um facão. De acordo com o Gun Violence Archive, uma organização sem fins lucrativos, as Dollar Stores foram palco de incidentes de violência armada 727 vezes nos últimos nove anos. Em outras palavras, uma vez a cada 4,5 dias.

Mesmo com as lojas operando com um único caixa, juntas as empresas do ramo empregam cerca de 370 mil pessoas em todo o país, isto é, 0,001% de todo o país trabalha em uma loja de um dólar de propriedade de uma das duas principais redes.

Desde 2018, municípios em todo o país vem reagindo a esse crescimento explosivo. Cerca de 60 comunidades – incluindo Tulsa, Oklahoma; Cidade de Kansas, Missouri; e Mesquite, Texas, entre outros – votaram pela restrição temporária ou permanente das lojas de um dólar, usando estatutos de zoneamento para fazer isso.

Uma comunidade na Louisiana conseguiu recentemente bloquear um empreendimento em um tribunal – um juiz decidiu que a aprovação do projeto prejudicaria a saúde, a segurança e o bem-estar dos seus residentes. Cidades como Detroit e Chicago estão agora trabalhando em suas próprias proibições.

Mas alguém já perguntou aos clientes que frequentam essas lojas como eles se sentem em relação a proibição desses comércios?

Fonte: The Hustle

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