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A Rainha Elizabeth II da Grã-Bretanha foi a monarca com o reinado mais longo da história britânica. Ela comemorou 70 anos no trono em junho de 2022 com o Jubileu de Platina.

Mas ela não entra para a história apenas por causa deste feito. A rainha, que inicialmente não pertencia a linha sucessória ao trono, estava destinada ao cargo. Assumiu a Coroa com apenas 25 anos num momento em que o país passava por diversas mudanças. Encarou muitos desafios para manter tradições e permitir adequações aos tempos modernos. Enfrentou também polêmicas. Desde incertezas quanto a escolha do príncipe Philip para marido, até críticas a sua ausência durante os primeiros dias após a morte da princesa Diana. Mas morreu admirada, não só pelos seus súditos, como também por boa parte do mundo.

Quem foi a rainha Elizabeth II?

Elizabeth II tornou-se rainha em 6 de fevereiro de 1952 e foi coroada em 2 de junho de 1953. Ela era mãe do príncipe Charles, herdeiro do trono, bem como avó dos príncipes William e Harry. Como a monarca mais antiga da história britânica, ela tentou tornar seu reinado mais moderno e sensível a um país em mudança, mas sempre mantendo as tradições associadas à Coroa.

O início

A rainha Elizabeth II nasceu princesa Elizabeth Alexandra Mary em 21 de abril de 1926, em Londres, filha do príncipe Albert, que mais tarde se tornaria rei George VI, e Elizabeth Bowes-Lyon.

Elizabeth, apelidada de Lilibet, conseguiu aproveitar a primeira década da sua vida com todos os privilégios de ser uma realeza sem as pressões de estar na linha sucessória ao trono. Ela e sua irmã mais nova, a princesa Margaret, foram educadas em casa por tutores. Mas ainda bem jovem, Elizabeth assumiu funções públicas. Em 1940, ela fez a primeira de suas famosas transmissões de rádio, com um discurso tranquilizando as crianças da Grã-Bretanha que haviam sido evacuadas de suas casas e famílias. A princesa de 14 anos, mostrando sua personalidade calma e firme, disse a eles “que no final tudo ficará bem, pois Deus cuidará de nós e nos dará vitória e paz”.

Em 1945, Elizabeth ingressou no Serviço Territorial Auxiliar para ajudar durante a guerra. Ela treinou lado a lado com outras mulheres britânicas para ser motorista e mecânica especializada. Embora seu trabalho voluntário tenha durado apenas alguns meses, garantiu-lhe um vislumbre de um mundo diferente do qual vivia.

Ascensão à Coroa

Quando o avô de Elizabeth, George V, morreu em 1936, seu filho mais velho (tio de Elizabeth) tornou-se o rei Edward VIII. Edward, no entanto, estava apaixonado pela americana divorciada Wallis Simpson e teve que escolher entre a coroa e seu coração. No final, Edward escolheu Simpson e abdicou da coroa.

O evento mudou o curso de vida de Elizabeth, tornando-a a herdeira presuntiva da Coroa britânica. Seu pai foi coroado rei George VI em 1937, assumindo o nome de George para enfatizar a continuidade do reinado do seu pai. Sua mãe tornou-se a rainha Elizabeth; com a morte do rei George em 1952, ela tornou-se a rainha-mãe e sua filha, a rainha Elizabeth II.

Coroação

Elizabeth foi coroada rainha Elizabeth II em 2 de junho de 1953, na Abadia de Westminster, aos 25 anos, após a morte de seu pai. Pela primeira vez, a cerimônia de coroação foi transmitida pela televisão, permitindo que pessoas de todo o mundo testemunhassem o evento.

Príncipe Philip

Elizabeth casou-se com seu primo distante Philip Mountbatten em 20 de novembro de 1947, na Abadia de Westminster.

Ela conheceu Philip, filho do príncipe Andrew da Grécia, quando tinha apenas 13 anos. Ela se apaixonou por ele desde o início. Os dois mantiveram contato ao longo dos anos. Eles formavam um par incomum. Elizabeth era quieta e reservada, enquanto Philip era extrovertido e franco.

O rei George VI ficou bastante hesitante em relação ao casamento dos dois. Embora Mountbatten tivesse laços com as famílias reais dinamarquesa e grega, Philip não possuía grande riqueza e era considerado por alguns uma personalidade rude.

Foto: www.shutterstock.com/Fred Duval

Elizabeth e Philip logo tiveram filhos. Charles nasceu em 1948, um ano após o casamento, e Anne chegou em 1950. Elizabeth teve mais dois filhos – Andrew e Edward – em 1960 e 1964, respectivamente.

Em 1969, ela oficialmente fez de Charles seu sucessor, concedendo-lhe o título de Príncipe de Gales.

O Reinado

O longo e principalmente pacífico reinado de Elizabeth II foi marcado por grandes mudanças na vida do povo britânico e sobre como o país é visto e retratado no exterior. Elizabeth não se intrometeu em questões políticas, nem revelou suas opiniões políticas. No entanto, ela regularmente se reunia com seus primeiros-ministros e estava sempre a par de tudo.

Quando Elizabeth tornou-se rainha, a Grã-Bretanha do pós-guerra ainda tinha um império substancial. No entanto, durante as décadas de 1950 e 1960, muitos desses territórios ganharam independência. Elizabeth II, assim, fez visitas a muitos países, o que atraiu atenção internacional e amplo respeito.

Elizabeth modernizou a monarquia, abandonando algumas das suas formalidades e tornando certos locais e tesouros mais acessíveis ao público.

Ela sempre permaneceu firme em suas obrigações reais. Mesmo após completar 90 anos, ela continuou fazendo mais de 400 compromissos por ano, mantendo seu apoio a centenas de organizações e programas de caridade.

Polêmicas

O casamento do filho de Elizabeth, Charles, com Diana foi notícia por anos até a separação do casal em 1992, seguida por um divórcio formal em 1996. Após a morte de Diana em um acidente de carro em Paris em 31 de agosto de 1997, Elizabeth foi bastante criticada pela mídia. Por dias, ela permaneceu em silêncio sobre a morte da “princesa do povo”, como era chamada Diana, enquanto o país lamentava a morte da ex-nora da rainha.

Circularam histórias de que a rainha não queria dar a Diana um funeral real, o que apenas alimentou o sentimento público contra a monarca. Quase uma semana após a morte de Diana, Elizabeth retornou a Londres e emitiu uma declaração sobre o falecimento da princesa.

Elizabeth também inicialmente se opôs ao relacionamento entre seu filho Charles e Camilla Parker Bowles. Charles e Camilla namoraram anos antes de o então príncipe se casar, mas o relacionamento terminou sob pressão familiar. Conhecida por ser uma defensora das cerimônias e da tradição, ela acabou suavizando sua postura ao longo dos anos. Quando Charles e Camilla se casaram em 2005, Elizabeth e o príncipe Philip não compareceram à cerimônia civil, mas compareceram a uma bênção religiosa e fizeram uma recepção em homenagem ao casal no Castelo de Windsor.

Em 1992, outro filho de Elizabeth, o príncipe Andrew, acabou nos tabloides, depois que surgiram fotos de sua esposa Sarah Ferguson junto a outro homem. O casal se divorciou logo depois. O mesmo filho voltou a ser notícia em 2019 quando vieram à tona controversas atividades comerciais e amizade entre o príncipe e o criminoso sexual condenado Jeffrey Epstein. Andrew foi forçado a renunciar às funções públicas.

Por fim, em 2020, a rainha novamente viu sua família no centro das atenções após a decisão do duque e da duquesa de Sussex, príncipe Harry e sua esposa Meghan Markle, de se afastar de seus papéis como membros da realeza.

Jubileu de Platina

Polêmicas a parte, em 2022, o povo britânico celebrou o ano do jubileu de platina de Elizabeth II. Ela foi a primeira monarca britânica a atingir esse marco, 70 anos no trono.

Elizabeth morreu pacificamente em sua propriedade em Balmoral em 8 de setembro de 2022. Ela tinha 96 anos.

Foto: www.shutterstock.com/Loredana Sangiuliano

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