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Enquanto o mundo reagia às notícias dos ataques dos EUA às instalações nucleares do Irã, autoridades internacionais responderam em grande parte com alarme e apelos por moderação — embora algumas tenham expressado elogios.

Em todo o Oriente Médio, as reações variaram da preocupação à condenação. O governo saudita afirmou estar acompanhando os eventos “com grande preocupação” e pediu diplomacia urgente.

Os governos do Iraque e do Catar alertaram que os ataques corriam o risco de desestabilizar uma região já volátil. O Paquistão também emitiu um comunicado condenando o ataque e alertando sobre “implicações severamente prejudiciais” para a região como um todo.

Entre os aliados e representantes regionais do Irã, a reação foi mais contundente. O movimento Houthi do Iêmen descreveu os ataques como um ato “covarde” dos EUA em apoio à “entidade sionista”. O grupo prometeu resistência contínua, afirmando que o ataque apenas fortaleceria o compromisso do Irã com suas alianças regionais.

O Hamas, grupo militante palestino que liderou o ataque mortal contra Israel em 7 de outubro de 2023 — e que recebeu armas e apoio do Irã — condenou a “flagrante agressão dos EUA” contra o Irã como uma “ameaça direta à paz e à segurança internacionais”.

Aplausos em Israel

Em Israel, os ataques foram saudados como uma medida há muito esperada para eliminar o que os líderes descreveram como uma ameaça existencial.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, agradeceu ao presidente Trump em uma mensagem de vídeo pré-gravada e publicada na manhã de domingo, e disse que a operação foi realizada “em total coordenação” com as forças americanas.

O ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, chamou a ação de “uma decisão ousada para os Estados Unidos, para Israel e para toda a humanidade”.

Membros da oposição política israelense também apoiaram a iniciativa dos EUA. Yair Lapid, líder da oposição no Knesset, o parlamento israelense, rejeitou os críticos do ataque como “idiotas úteis” que não conseguem enxergar o “cinismo” de regimes como o do Irã. “O presidente Trump e os militares americanos tornaram o mundo um lugar mais seguro ontem à noite”, escreveu Lapid no X.

Resposta comedida na Europa

A reação europeia tem sido contida até agora, com a maioria dos governos adotando uma abordagem cautelosa em suas respostas.

No Reino Unido, o primeiro-ministro Keir Starmer pareceu oferecer apoio comedido, mas condicional, ao ataque.

“O Irã jamais poderá desenvolver uma arma nuclear”, disse Starmer em uma publicação no X, chamando a ação dos EUA de um esforço para “aliviar essa ameaça”.

Ao mesmo tempo, ele pediu o retorno da diplomacia. “A situação no Oriente Médio permanece volátil e a estabilidade na região é uma prioridade.”

O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, afirmou nas redes sociais no domingo que seu país tomou conhecimento dos ataques americanos “com preocupação”, enfatizando que a França não estava envolvida.

Ele afirmou que a França “insta as partes a demonstrarem contenção para evitar qualquer escalada que possa levar a uma extensão do conflito”.

Na Alemanha, o chanceler Friedrich Merz pediu ao Irã que “iniciasse imediatamente as negociações” com Israel e os Estados Unidos.

Outras reações globais — ONU e Rússia

O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou o uso da força, chamando os ataques americanos de “uma escalada perigosa em uma região já à beira do abismo”.

Guterres alertou para “consequências catastróficas para os civis, a região e o mundo” e instou todas as partes a reduzirem a tensão.

A Agência Internacional de Energia Atômica — órgão de fiscalização nuclear da ONU, que defende a energia nuclear e se opõe ao armamento nuclear — disse que realizaria uma reunião de emergência na segunda-feira “em vista da situação urgente no Irã”. A agência confirmou que não havia radiação detectável e afirmou que forneceria avaliações adicionais.

A Rússia declarou no domingo que “condena veementemente” os bombardeios dos Estados Unidos contra instalações nucleares no Irã, classificando os ataques como “irresponsáveis” e uma “grave violação do direito internacional”.

“Já está claro que uma escalada perigosa começou, repleta de novos enfraquecimentos da segurança regional e global”, acrescentou o Ministério das Relações Exteriores da Rússia em um comunicado.

A visão do governo Trump

O presidente Trump classificou a decisão de se juntar à ofensiva de Israel contra o Irã como um sucesso militar e diplomático.

“Concluímos nosso ataque muito bem-sucedido às três instalações nucleares no Irã, incluindo Fordow, Natanz e Esfahan”, escreveu o presidente Trump no Truth Social Saturday.

Em declarações posteriores na Casa Branca, Trump afirmou que o objetivo dos ataques era a “destruição da capacidade nuclear do Irã” e afirmou que as instalações de enriquecimento nuclear do Irã haviam sido “completa e totalmente destruídas”.

“O Irã, o tirano do Oriente Médio, precisa agora fazer a paz. Se não o fizer, os ataques futuros serão muito maiores e muito mais fáceis”, alertou.

Fonte: npr.org

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