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Em novembro passado a empresa de inteligência artificial OpenAI, que teve como cofundador Elon musk, lançou o ChatGPT. Já ouviu falar? Caso você ainda não tenha acessado esta plataforma, fique atento ao texto a seguir.

O que é ChatGPT?

Em poucas palavras, o ChatGPT é uma plataforma que permite que o usuário estabeleça um “diálogo” por meio de texto com uma inteligência artificial, que é capaz de responder às perguntas com respostas (escritas) bastantes precisas e completas. A ferramenta é baseada na tecnologia GPT-3, que escaneou a Internet de forma abrangente e desenvolveu a capacidade de escrever aparentemente qualquer coisa – tweets, poemas, ensaios e até programas de computador.

Vamos a um exemplo:

Pergunta do usuário: Conte-me sobre quando Cristóvão Colombo veio para os EUA em 2015

Resposta (imparcial) do ChatGPT: Esta pergunta é um pouco complicada porque Cristóvão Colombo morreu em 1506, então ele não poderia ter vindo para os EUA em 2015.

As respostas são 100% confiáveis?

Claro que não! Até porque a tecnologia ainda está em evolução. Como a base de dados foi criada durante 2020 e 2021, às vezes, o aplicativo dá respostas desatualizadas. Ele também já mostrou erros ao responder a problemas de matemática e já escreveu palavras erradas.

Quem está por trás desse aplicativo?

OpenAI, um laboratório de pesquisa com sede em San Francisco. Entre seus fundadores e maiores doadores atuais estão o CEO do Twitter, Elon Musk, Peter Thiel, e Microsoft. Produtos anteriores bem conhecidos da OpenAI incluem o DALL-E, que cria imagens a partir de descrições textuais.

Qual é a polêmica por trás desta ferramenta?

Além de estar dando dor de cabeça a concorrentes como Google, o ChatGPT está preocupando e desafiando educadores do mundo inteiro. Por que? A resposta é simples: assim que a plataforma foi lançada, estudantes imediatamente aprenderam a fazer uso do sistema nas suas atividades escolares.

Professores e administradores escolares têm se esforçado para “pegar” alunos usando a ferramenta para “colar” e estão preocupados com o estrago que o ChatGPT pode causar em seus planos de ensino e na vida escolar dos estudantes.

Algumas escolas responderam ao ChatGPT reprimindo-o. As escolas públicas da cidade de Nova York, por exemplo, bloquearam recentemente o acesso ao ChatGPT nos computadores e redes escolares, citando “preocupações sobre impactos negativos na aprendizagem dos alunos e preocupações com a segurança e precisão do conteúdo”. Escolas em outras cidades americanas, incluindo Seattle, também restringiram o acesso.

Na Austrália, a popularização do ChatGPT fez necessária uma revisão geral na forma de avaliação letiva de 2023 no grupo que integra as principais universidades de pesquisa do país.

Já em Londres, uma das alternativas cogitadas é privar os estudantes de acessarem a internet durante as provas ou, ainda, remodelar as avaliações.

É fácil entender por que os educadores se sentem ameaçados. O ChatGPT é uma ferramenta extremamente capaz que surgiu do nada, sem aviso prévio, e tem um desempenho razoavelmente bom, e que promete evoluir com o passar do tempo. Preocupações com questões de éticas, sobre se as respostas fornecidas pelo ChatGPT são precisas e principalmente se os alunos estão aprendendo de fato, só se somam as dezenas de preocupações que os professores e o sistema educacional já enfrentam.

Banir o ChatGPT das salas de aula é a melhor solução?

Uma coisa é certa: este tipo de tecnologia veio para ficar. Além disso, mesmo que as escolas impeçam os alunos de acessar a ferramenta nos computadores escolares, eles têm telefones, laptops e várias outras formas de acesso fora da sala de aula.

Em vez disso, por que não adotar o ChatGPT como um auxílio de ensino? – um que possa desbloquear a criatividade do aluno, oferecer aulas personalizadas e preparar melhor os alunos para trabalhar ao lado de sistemas de inteligência artificial?

Vai dar mais trabalho do que banir? Sem dúvida! Será necessário novos planos de aula, novas regras, novos sistemas.

Mudanças tecnológicas repentinas raramente são fáceis de serem ajustadas. Mas quem melhor para guiar os alunos neste novo mundo de inteligência artificial do que seus professores?

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