Um dia depois de Espanha e Portugal terem sido atingidas por extensos apagões, a eletricidade retornou à maioria das áreas de ambos os países na terça-feira (29), deixando muitos aliviados, mas também com duras críticas sobre a causa exata da falha.
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, afirmou que seu país havia recuperado mais de 95% do fornecimento total até às 6h30 da manhã de terça-feira. Em Portugal, um porta-voz da REN, fornecedora de eletricidade e gás, afirmou que a energia elétrica havia sido restaurada em todas as subestações da rede elétrica do país e que tudo estava “100% operacional”.
Mas a causa do apagão, que deixou dezenas de milhões de pessoas isoladas na Península Ibérica, permanece desconhecida.
Eduardo Prieto, diretor de serviços da Red Eléctrica, empresa nacional de energia da Espanha, afirmou que não há “conclusões definitivas” sobre os motivos da interrupção.
Ele se juntou a um coro de autoridades que declararam não ter havido ataque cibernético. Mas também descartou erro humano e causas meteorológicas.
O sistema elétrico espanhol foi desligado após ser atingido por duas interrupções de energia distintas, com um segundo e meio de diferença, disse ele.
“Isso pode parecer uma quantidade pequena”, disse ele, “mas no mundo da eletricidade, é uma quantidade significativa”.
Um juiz do Tribunal Nacional Espanhol ordenou que relatórios lhe fossem apresentados em 10 dias — incluindo um da polícia e outro do departamento nacional de inteligência responsável por ataques cibernéticos.
O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, afirmou que um comitê técnico independente de sete membros avaliaria a gestão da crise, incluindo as comunicações governamentais, e a resiliência do sistema elétrico e da infraestrutura do país.
Espanha e Portugal ficaram paralisadas na tarde de segunda-feira (28). Semáforos apagaram, trens e metrôs pararam, elevadores pararam — muitos com pessoas presas dentro.
Empresas, fábricas e escolas fecharam, e aeroportos atrasaram e cancelaram voos.
Também houve problemas de conexão com a internet e as redes telefônicas, deixando muitos desnorteados e sem acesso a informações.
Fonte: The New York Times
