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Martin Luther King Jr. foi um líder dos direitos civis. Quase todo americano adulto, 95%, de acordo com uma pesquisa da CBS News, acredita que ele foi uma figura importante na história dos Estados Unidos.

Mas nem sempre foi assim. King ser admirado e ter um feriado nacional para comemorar seu aniversário foi algo impensado durante a vida do ativista.

Durante a década de 1960, King era uma figura que gerava grande polarização. Uma pesquisa sobre a sua popularidade, realizada em 1966, apontou que 63% dos entrevistados o viam de forma desfavorável. Isso incluía 39% dos americanos que deram a ele uma classificação de -5, em uma escala em que -5 era o menos favorável e +5 era o mais favorável.

A classificação altamente negativa de King veio quando ele voltou a sua atenção sobre segregação racial do sul para as cidades do norte do país.

Mas mesmo antes disso, King estava longe de ser uma pessoa universalmente admirada. Em meados de 1964, quando o Congresso estava no meio da aprovação de muitas leis históricas sobre direitos civis, a avaliação favorável de King era de apenas 44%, enquanto sua avaliação desfavorável era de 38%.

Quando os americanos foram questionados sobre quais três americanos eles tinham menos respeito, em uma pesquisa Gallup de 1964, King ficou em segundo lugar com 42%. Isso foi pouco menos do que os 47% registrados para George Wallace, o governador segregacionista do Alabama. Apenas 17% mencionaram o nome de King quando perguntados sobre quais três americanos eles mais respeitavam.

Talvez ainda mais revelador é que muitos americanos brancos pensavam que King estava fazendo mais mal do que bem para a luta pelos direitos civis. Em uma pesquisa feita em 1966, 50% dos americanos brancos indicaram que ele estava prejudicando o esforço pelos direitos civis. Apenas 36% disseram que ele estava ajudando. A avaliação favorável de King entre eles foi de 27% em 1966.

Como já esperado, os negros americanos viam as coisas de maneira muito diferente. A grande maioria em 1963 achava que o trabalho do reverendo pela igualdade de direitos estava se movendo na velocidade certa (71%), em comparação com 8% que acreditavam que estava acontecendo rápido demais. Em 1966, 84% dos adultos negros tinham uma visão favorável de King, enquanto 4% tinham uma visão desfavorável.

Alguns anos após a morte do ativista, em meados da década de 1970, as opiniões sobre ele tornaram-se mais positivas. A maioria (67%) dos americanos acreditava que as marchas de protesto que ele liderou ajudaram a acelerar a legislação de direitos civis.

A criação do feriado para celebrar Martin Luther King Jr também não foi unanimidade. Em 1983, ano em que a legislação que criou o feriado foi aprovada pelo Congresso, uma pesquisa feita ABC News/Washington Post mostrou que 48% das pessoas não queriam a criação do feriado nacional, enquanto 47% eram a favor.

Alguns estados ficaram para trás. A Carolina do Sul foi o último estado a tornar o Dia de Martin Luther King Jr. um feriado estadual não opcional, e isso aconteceu apenas em 2000.

Conforme o século 21 se aproximava, o legado de King foi consolidado na mente dos americanos. Uma maioria quase unânime (89%) indicou que ele era uma pessoa que eles admiravam em uma pesquisa de 1999.

Em 2011, 94% dos americanos tinham uma visão favorável de King nas pesquisas do Gallup. Isso incluiu uma classificação favorável de 89% entre aqueles com 65 anos ou mais, ou seja, pessoas nascidas em 1927 ou depois. Entre esse mesmo grupo em 1966, a classificação favorável de King era de 41%.

Em outras palavras, a popularidade agora uniforme de King não é apenas porque as gerações mais velhas morreram. Na verdade, foi a mente das pessoas que mudou.

No entanto, mesmo que King tenha se tornado consagrado na cultura americana, os cidadãos deste país ainda sentem que há muito trabalho a ser feito para realizar o sonho de igualdade racial do líder dos direitos civis.

Muito mais americanos no ano passado disseram estar muito insatisfeitos com o estado das relações raciais neste país (38%) do que no início deste século (14%), de acordo com o Gallup.

Além disso, 58% dos americanos acreditam que a supremacia branca ainda é um grande problema no país, de acordo com uma pesquisa PRRI realizada no final do ano passado, incluindo 78% dos negros americanos.

Fonte: CNN

Texto original: http://bit.ly/3H9xTuc

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