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A cidade de Nova Iorque sediou na galeria One Art Space, em Tribeca, Manhattan, a exposição “Collect Brazilian Jewelry” que trouxe 20 mulheres joalheiras de diferentes partes do Brasil para mostrar seu trabalho e experimentar a arte de fazer negócios no setor de joalheria no mercado internacional.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Gemas e Materiais (IBGM) com 261 indústrias ligadas ao mercado de joias, apurou que o país está no ranking dos 15 maiores produtores de peças em ouro, com um total de 22 toneladas de joias criada e comercializadas.

A exposição teve como tema “Empoderamento da Mulher” exibiu peças, criadas especialmente para o tópico compostas com o melhor do ouro, prata e pedras preciosas brasileiras.

A curadora e organizadora do evento tarefa fácil. Em entrevista especial para o jornal O Dia e a Coluna Conta-Gotas, a organizadora e três expositoras, Dorine Botana, escolheu Nova Iorque devido a divulgação que a cidade oferece.

Dorine, que, em 19 anos, já produziu eventos na Suécia, França, Dinamarca, Hungria, República Checa, Itália, Espanha e Portugal. Criou o coletivo “Collect Brazilian Jewelry” com intuito de juntar grupos de designers Brasileiros e mostrar uma joalheria autoral, fora do Brasil.

Entre as 20 designers participantes, três se destacam mais pela sua originalidade e o uso de diferentes técnicas usadas nas construções das jóias.

Maria Antonia Antonelle é gemóloga de formação e apaixonada por preciosas, já expôs na França, Itália, Iugoslávia, Emirados Árabes. O processo de estudar pedras preciosas começou após se aposentar. Sua coleção foi desenvolvida com o tema “Desigual” todas as peças influenciado pela natureza.

Maria Antonelle afirma que estar na mídia internacional é ter acesso ao mundo da joalheria. É também ser reconhecido no Brasil, pelo trabalho realizado fora.

É mais marketing do que a venda, e Nova Iorque é um grande centro de negócio, onde tudo acontece. E como não poderia deixar de ser arte na joalheria. O país tem grande potencial para o cliente que deseja ter uma joia exclusiva com sua características pessoais.

Comparando o cliente brasileiro com o americanos, Maria conta que o cliente estrangeiro valoriza a exclusividade e consideram joalheria como arte.

A designer de fortaleza, Telma Aguiar, acrescenta que além dos os clientes europeus e americanos apreciarem as peça atemporal e diferente, não pedem descontos e valorizam bastante o joalheiro.

Telma que completou sua 16ª exposição internacional em Nova Iorque, já esteve na Alemanha, Espanha, Portugal. Ela desenvolveu uma coleção especial para Nova Iorque chamada Jardim – que teve como inspiração o cuidado com sí mesma, do relacionamento e do amor próprio para enfrentar os desafios do dia a dia como mulher.

E sobre matérias primas brasileiras, a designer Berta Antunes entende muito bem. Especialista em trabalhar com prata pura, ela começou sua carreira experimentando o processo evolutivo das matérias primas dos metais e gemas.

Berta participou anteriormente com a mesma produtora do grupo de trabalho da Collect Brazillian Jewelry, em Paris, na Joaillerie Contemporaine D’auteur au Carrousel Du Louvre, em 2018.

A inspiração da sua coleção foi influenciada pelo artesanato da cestaria que reflete a importância da atividade feminina no processo de evolução cultural, como a trama, enredo, e fios entrelaçados revelando a delicadeza e força feminina.

Para Berta o custo para participar do coletivo foi bem alto. “Chega-se à beira dos $5 mil dólares. Também contribuímos contratualmente com os valores pré estabelecidos à cada mostra pela produção, sem a obrigatoriedade de porcentagens nas possíveis negociações. E o retorno e mais sobre a divulgação que irá gerar mais reconhecimento para suas peças.”

“Naturalmente, o Brasil possui excelentes artistas que não conseguem sobreviver economicamente a estas demandas mercadológicas. O mercado é cruel com os produtores de arte em todas as instâncias e ha uma corrente preconceituosa em todas as linguagens artísticas penalizando-nos, inclusive”, concluiu Berta Antunes.

VIVIANE FAVER
Jornalista
vfaver@gmail.com

VIVIANE FAVER

By VIVIANE FAVER

Jornalista radicada em NYC. Estagiou e trabalhou no Jornal do Commercio por 10 anos na editoria de economia. Mudou-se para NY em 2014, onde começou a colaborar para o jornal The Brasilians, o Extra, O Dia, CNN Style (Londres), New York Beacon, entre outros. Também trabalha com documentários, o mais recente foi o 'Queen of Lapa', que ganhou o prêmio no festival LGBT, NewFest, em NYC, em 2019.

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